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Tive a oportunidade de presenciar o apoio popular à Revolução Cubana participando da Marcha das Tochas, em Havana, na noite de 27 de janeiro. 

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Durante a concentração na escadaria da Universidade de Havana, conversei com vários estudantes que tinham a bandeira de Cuba pintada em seus rostos e todos eles expressaram total apoio aos caminhos que o país percorreu desde 1959. 

Tanto quanto na visita ao IPVCE, nesta Marcha senti na juventude cubana uma consciência política  extraordinária, a qual se materializa na presença de milhares de estudantes em marcha nas ruas da capital. Para uma brasileira como eu, é quase surpreendente conhecer uma população em plena América Latina que tem auto-estima irretocável e profundo orgulho de sua nação.

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A Marcha das Tochas é um ato político convocado anualmente pela FEU (Federação Estudantil Universitária) em celebração ao aniversário de nascimento do herói nacional José Marti. Atualmente, ocorre em todas as províncias de Cuba, mas a marcha que percorre o trajeto da Universidade de La Habana até a Frágua Martiana, em Havana, tem destaque especial, não só por ter sido onde surgiu o evento, como também pelo número de participantes, e pela presença de autoridades do país e convidados estrangeiros (recentemente o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, esteve presente no ato). A marcha acontece todos os anos, desde 1953, quando a FEU promoveu o ato pela primeira vez para celebrar o centenário do nascimento de José Marti. 

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A meu ver, classifico-a como uma grande celebração da democracia popular cubana. Imagine uma caminhada noturna pelas ruas de Havana que reúne a base de estudantes universitários e secundaristas, seus líderes do movimento estudantil, e também a própria cúpula dirigente do país, pois sim, o presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, Raul Castro, participa da Marcha em sua primeiríssima fila. 

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Confesso ter ficado assustada quando aquelas milhares de tochas foram acesas, mas senti também o destemor do povo cubano - que lutou e luta arduamente por sua independência - simbolizado naquelas tochas caseiras, produzidas com um simples pedaço de madeira, uma lata de conservas e um punhado de estopa molhada em querosene. Ninguém ao meu redor parecia ter medo daquilo que, para mim, poderia ser um exército armado com alto poder de destruição.

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Para meu alívio, com todo aquele fogo na altura de nossos cabelos, a marcha transcorreu na mais plena segurança, sem nenhum incidente, comprovando minha total inexperiência nos assuntos de movimentos populares. 

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Para se ter uma noção clara da grandiosidade desta marcha em Havana, assista a estas duas rápidas matérias televisivas cubanas produzidas sobre o evento de 2018:

Marcha das Tochas

Marcha das Tochas

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© 2018-2023  por Denise Carmen
Versão 1 . 3
Dedicado à brigadista brasileira de Santa Catarina, Erli Sonai 
( in memorian )
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